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Margarida Alves e os direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais

Margarida Maria Alves foi uma das primeiras mulheres a exercer posto de liderança sindical no Brasil. Defensora dos direitos trabalhistas rurais e dos direitos humanos, nasceu e viveu na zona rural de Alagoa Grande (PB) até os 22 anos, quando sua família foi expulsa do sítio onde moravam por latifundiários.



Em 1973, aos 40 anos, tornou-se presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, e lutava por direitos básicos como carteira assinada, 13o salário, jornada de 8h/dia e férias remuneradas. Também defendia o fim do trabalho infantil nas lavouras, a educação no campo, e o direito dos trabalhadores rurais cultivarem as próprias terras.


Moveu centenas de processos trabalhistas relacionados a grandes proprietários de terras e agroindústrias. Durante sua gestão sindical, criou um programa de alfabetização para adultos inspirada por Paulo Freire. Suas ações inspiraram a Marcha das Margaridas, manifestação que reúne trabalhadoras rurais e é um símbolo da luta feminina no Brasil.



“Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que viver com fome” - frase célebre de Margarida, que recebia ameaças de morte e resistiu até 12 de agosto de 1983, quando foi assassinada em frente à sua casa. Um crime político que teve repercussão nacional e internacional, mas que ainda não foi resolvido.


O tiro que ceifou Margarida foi disparado por um matador de aluguel, contratado por latifundiários. Alvejada no rosto ao atender a porta. “É a Dona Margarida?”, perguntou o homem. “Sou”, foi sua última palavra. O marido estava com ela no momento, e o filho, com 8 anos na época, brincava na calçada. Uma morte chorada por muitas famílias.



Desde o ano 2000, trabalhadoras rurais de diversas partes do país se manifestam através da Marcha das Margaridas, para manter a viva a memória de uma mulher que dedicou sua vida a lutar por uma vida mais digna para todas e todos. Em 2020, completam-se 20 anos da Marcha.


No ano de 2012, o 12 de Agosto foi definido como do Dia Nacional dos Direitos Humanos, justamente para lembrar a data em que Margarida Alves virou mártir. Que possamos lembrar que ainda é preciso lutar e ter coragem para seguir adiante.


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