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Pelos povos originários do Brasil e do planeta

Em 1994, a ONU instituiu a data de 09 de Agosto como o Dia Internacional dos Povos Indígenas. E vamos de reflexão, pois essa é mais uma data que coloca em pauta pessoas de alguma forma ameaçadas pelo sistema capitalista que vivemos até hoje.

(Mulheres Mbya Guarani na I Marcha das Mulheres Indígenas. Foto: Douglas Freitas )


Segundo a ONU, os povos indígenas são mais de 5% da população mundial, algo em torno de 350 milhões de pessoas. Cerca de 5 mil etnias espalhadas por mais de 90 países. Muitas delas atualmente vivendo em vulnerabilidade, tendo seus direitos básicos violados e vendo a Terra ser destruída.


Aqui no Brasil, a pandemia tem agravado os atos de violação aos direitos dos povos originários. O covid-19 já tem feito vítimas fatais entre as comunidades, incluindo lideranças indígenas. Isso em um cenário onde já não vinha sendo garantido, por parte dos governos o acesso à saúde pública.


E não apenas a saúde destas pessoas está vulnerável no país. Seus territórios e suas culturas também sentem a violência imposta por políticas econômicas que não respeitam direitos indígenas, nem leis da natureza. Quantas famílias já perderam tudo por conta de atividades capitalistas extrativistas, como o garimpo e o agronegócio?


(Mulheres de diversos povos durante a I Marcha das Mulheres Indígenas. Foto: Douglas Freitas)



História recente, história passada, desde que os primeiros colonizadores chegaram nestas terras, os povos originários vem sendo violentados, mortos, roubados… os mecanismos vão mudando, mas é como um ciclo que se repete. Mas essas pessoas também resistem.


Os povos originários possuem tradições muito conectadas com a vida no planeta. Sua relação com a natureza é sagrada, e assim segue sendo, mesmo com a presença da tecnologia - que sim, também é um direito dessas comunidades. “Não somos algo do passado, estamos no presente e vamos estar no futuro”, disse a advogada e ativista Potyra Tê Tupinambá, em entrevista ao O Globo ano passado.


As culturas tradicionais da Terra constituem nossa ancestralidade. Graças a elas que aqui, onde hoje chamamos Brasil, conhecemos milho, mandioca, abóboras, castanhas, açaí, feijões, e mais uma infinidade de plantas. Mas atualmente, até as sementes crioulas, desde sempre guardadas e cultivadas pelos povos originários estão sob perigo.



(Rezadeira Guarani Kaiowá, Miriam Barbosa, durante a I Marcha das Mulheres Indígenas. Foto: Douglas Freitas)



Que possamos sanar essa dívida histórica, reconhecer e agir por um planeta que onde todos os povos tenham direitos iguais e se respeitem em suas diferenças.Fica aqui o link da Declaração sobre os direitos dos Povos Indígenas.



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Há cerca de um ano atrás, em agosto de 2019, acontecia a I Marcha das Mulheres Indígenas, que reuniu representantes de diversos povos do Brasil e da América Latina em Brasília, reivindicando a garantia aos direitos sobre seus territórios, culturas e corpos. As fotos usada nesse post são da cobertura feita por Douglas Freitas, veja aqui na íntegra.


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